Nova regra permite que o trabalhador utilize saldo do FGTS para pagar financiamento imobiliário que esteja atrasado. Veja como funciona.
Uma medida temporária, válida de 02 de maio a 31 de dezembro de 2022, permite que trabalhadores possam utilizar o seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para realizar o pagamento de até 12 parcelas do seu financiamento imobiliário.
A medida foi emitida recentemente pelo Conselho Curador do FGTS.
Como funcionava anteriormente?
Previamente à medida aprovada, somente era possível utilizar o FGTS para pagamento de 3 parcelas vencidas.
Acima desta quantidade, não era permitido sacar o benefício para utilização.
O que diz a medida?
A resolução reajusta o uso do FGTS para pagar financiamento imobiliário que tenha até 12 parcelas em atraso ou não, de financiamentos realizados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
A medida é válida para imóveis com valor de até R$1,5 milhão e com 80% do valor financiado.
Embora a resolução não deixe claro sobre a possibilidade de imóveis novos participarem da utilização do fundo para quitação, é possível que os recém adquiridos tenham dificuldades para acessar a medida.
Isso porque, se você utilizou o FGTS para comprar um imóvel, provavelmente, não haverá saldo disponível no fundo do trabalhador.
Além disso, a resolução afirma que para que a utilização do fundo de garantia esteja dentro dos parâmetros, é necessário 2 anos de intervalo entre as movimentações.
FGTS para pagar financiamento imobiliário atrasado: o que dizem os especialistas do setor
Ana Castelo, economista coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, afirma que a medida é bastante positiva, diante da retomada lenta dos empregos e o alto nível de desempregados, o que poderia contribuir para o aumento da inadimplência do setor imobiliário. Portanto, a medida pode auxiliar na contenção desse número.
Ademais, ressalta que os próprios bancos têm se mantido em constante renegociação de prazos de pagamento, para evitar que a inadimplência no segmento possa aumentar.
Dessa forma, avalia como extremamente positiva, principalmente, para as famílias de classe média.
Em contrapartida, é uma estratégia que beneficia o setor bancário, uma vez que com o aumento da falta de pagamentos, eles podem iniciar o processo de retomada do imóvel que, contudo, é extremamente custosa para as unidades.
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